Organizado, Galo vence Lanús e se aproxima da Recopa


Quem acompanhou o Atlético do início do ano, ainda sob a gestão de Paulo Autuori, e o time dos primeiros jogos do Brasileirão, antes da paralisação para a Copa do Mundo, e viu ontem a partida que a equipe fez contra o Lanús, sentiu a diferença. O Galo venceu fora de casa por 1 a 0 o jogo de ida pela decisão da Recopa Sul-Americana, se aproximou da taça, e, o que foi melhor, mostrou evolução técnica e tática.

Em que pese a limitação da equipe da Argentina e o fato de o estádio La Fortaleza não ter se transformado em um caldeirão, o Atlético foi nitidamente mais organizado e desperdiçou a chance de sair do país vizinho com uma vantagem ainda maior para o jogo da volta no Mineirão, na próxima quarta-feira.

Maicosuel, que fez sua primeira partida oficial pelo clube, se movimentou mais do que o antigo titular Fernandinho, o que deu mais opções para a equipe. Outro fator a ser destacado é a compactação do time. Levir Culpi conseguiu fazer com que os setores joguem mais próximos, o que melhorou a ligação entre defesa, meio-campo e ataque. Consequentemente, a posse de bola do time também cresceu.

Apesar de não ter feito um primeiro tempo ruim, Ronaldinho deixou o jogo no intervalo, assim como André, totalmente inoperante. Guilherme, substituto de R10, foi bem, melhorou o time, mas a principal entrada mesmo foi a de Jô, o atacante que dá opções, participa das jogadas e é um tormento para a defesa adversária. Referência do time, a bola passou pelos seus pés várias vezes, inclusive no gol de Tardelli, aos 20 minutos do segundo tempo. Jô passou a Guilherme, que serviu o camisa 9.

O time evoluiu e parece se ajustar sob o comando de Levir. Marcos Rocha faz muita diferença na lateral direita, assim como Pierre e Donizete mostraram eficiência na marcação como nos melhores momentos da dupla. Victor, quando acionado, mantém sua boa média. Mas ainda existem questões a serem melhoradas. Se Jemerson era uma escalação de risco, sua atuação, se não foi espetacular, foi até acima do esperado, mas o lado esquerdo da defesa preocupa - e não é por causa de Jemerson, Edcarlos ou quem for atuar ali até a volta de Réver. Emerson Conceição não mostrou a evolução esperada, dá muitos espaços na marcação e erra passes tolos. Destoou completamente.

O time melhorou, mostrou mais consistência. Ganhar a Recopa é importante, claro, é uma taça a mais para o currículo. Mas não garante vaga na Libertadores do ano que vem nem pontos no Brasileirão. A partida de sábado, contra o Bahia, pode servir para dar ainda mais coesão ao time, que tem condições de sonhar mais alto na competição nacional - ou seja, nada de poupar muitos jogadores ou entrar com um mistão. O Brasileiro deve ser o foco até o final do ano.

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