Cruzeiro arranca empate no fim, salva jogo contra o Cerro e precisa mudar para classificar


Um empate que valeu como vitória, mas um resultado amargo e inesperado. O Cruzeiro, um dos favoritos à conquista da Copa Libertadores, não soube ontem como sair em vantagem diante do Cerro Porteño, do Paraguai, no jogo de ida das oitavas de final, no Mineirão. Apesar da postura agressiva, especialmente no primeiro tempo, o time azul mostrou falhas na definição das jogadas e apesar de toda a pressão, só arrancou o 1 a 1 com um gol aos 48 minutos do segundo tempo. 

Uma pressão que não aliviou um segundo sequer nos primeiros 30 minutos deu a impressão de que o gol do Cruzeiro sairia a qualquer momento. Controlando o jogo, com a marcação adiantada, mas entrando pouco na área adversária, o Cruzeiro arriscou vários chutes de fora da área, todos muito perigosos. O time paraguaio mostrou, neste início de jogo, dificuldade para sair jogando e muitos erros de passe, problemas que foi ajustando no decorrer da partida. Apesar da superioridade, algumas peças cruzeirenses renderam menos do que o esperado. Júlio Baptista recebeu poucas bolas e não foi a presença de área que o time precisava. Élber teve a grande oportunidade de sair jogando, mas parece ter sentido o jogo. Pouco objetivo, desperdiçou algumas jogadas e foi pouco efetivo, apesar de todo o apoio da torcida. Também fez falta Ricardo Goulart, jogador que compõe muito bem o sistema de marcação da equipe. 

O Cerro veio ao Mineirão para tentar um contra-ataque ou um lance fortuito para marcar um gol. Conseguiu isso aos 31 minutos do primeiro tempo, com Oscar Romero, aproveitando um cruzamento da esquerda e um mau posicionamento da defesa azul. Foi a senha para o time paraguaio começar a tocar a bola e para o Cruzeiro perder o ritmo, o que não recuperou nem com a entrada de Borges no lugar de Élber.

No segundo tempo, com Júlio Baptista mais recuado, Borges no comando do ataque e o mais efetivo Mayke na lateral, o Cruzeiro, por incrível que pareça, voltou mais devagar, chutando menos a gol, com mais lentidão e pouca efetividade. O jogo passou a ser o que o Cerro queria. Usou a esperada catimba e cera para gastar o tempo, tocou a bola e jogou com o nervosismo e a pouca eficiência do Cruzeiro. Um jogo típico de Libertadores. Com Marlone no lugar de Júlio Baptista, o Cruzeiro ganhou em velocidade e, mesmo desordenadamente, passou a pressionar o Cerro. Nos últimos minutos, levou perigo em um chute de Lucas Silva e empatou com Samudio em um lance confuso na área, aos 48 minutos.

O empate foi um alívio, mas a forma de atuar precisa ser diferente para a próxima partida. Com as prováveis voltas de Dagoberto e Ricardo Goulart, o time ganha mais força no ataque e recomposição no meio-campo, além de eficiência ofensiva. Marcelo vai ter que optar por um esquema no qual o homem de frente seja melhor aproveitado, seja Júlio Baptista ou Borges. A partida vai ser acirrada, com pressão e apoio da torcida local. O Cerro não deve dar tantas brechas como La U deu em Santiago. Resta ao Cruzeiro saber como reverter esse cenário ao seu favor. 

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